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segunda-feira

UM NOVO AMIGO

Como toda manhã pego o mesmo caminho para o trabalho. Mas numa reportagem que vi no jornal fiquei sabendo que o trecho por onde eu iria estava em obras, então decidi pegar um outro caminho. Quando estava fechando o jornal vi de relance o seguinte título "Crime está crescendo na rua" não dei muito atenção e fui ao meu carro.
Dentro do carro peguei um mapa para olhar o caminho novo. O mais rápido era pela Rua Doutor Valadares, nunca havia passado por lá, mas sempre tem uma primeira vez. Quando finalmente cheguei a Rua Doutor Valadares; era uma rua com muitas casas iguais parecidas, um lugar pacato. No final da rua havia uma sinaleira e só havia eu parado nela.
Quando parei nela ouvi umas batidas no vidro, como o vidro era escuro não vi quem era. Quando eu abri o vidro vi um moço com uma arma apontada para mim. Fiquei todo frio, ele pediu para mim sentar no banco do caroneiro e que eu lhe entregasse a chave. Quando mudei de banco o ladrão se sentou no banco do motorista, ligou o carro e acelerou. Pela janela vi lá bem distante a rua que estava em obras. 
No meio do caminho fiquei pensando na minha família na ironia do destino, pois bem quando eu mudei meu caminho me aconteceu uma coisa dessas. Num som baixo comecei a escutar uma voz "Ei senhor, senhor" virei a cabeça e vi que o ladrão estava conversando comigo. Ainda em estado de choque e com a voz tremula perguntei. - Diga? O ladrão pediu desculpas para mim e disse que só precisava de dinheiro. Fiquei pensando o que levaria uma pessoa a assaltar alguém, por que ele não podia sair e procurar um emprego.
Quando criei coragem eu perguntei. Qual é o seu nome? O ladrão disse Roberto. Era uma coincidência, pois meu pai se chamava Roberto. Você não consegue arranjar um emprego ou coisa assim? O ladrão disse que estava desempregado a cinco meses e quando saia para arrumar emprego ninguém o aceitava, pois ele só tinha o estudado até a 5ª série.
Sem saída ou algum modo de fuga resolvi falar com o ladrão tentei dar algum conselho para ver se funcionava. Disse para ele tentar seguir a vida na boa sem ressentimentos, que não só a família dele mas o próprio Roberto devia de se sentir envergonhado de roubar o seu próximo.  Quando virei a cara para ele vi que ele estava muito vermelho e emocionado devia de estar pensando no que havia se metido.
Meu segundo conselho era um pouco arriscado, mas eu devia de tentar. Eu o aconselhei a ir comigo a igreja para rezarmos por ele e sua família. Falei que havia uma a dois quarteirões de lá.
 Na chegada a igreja Roberto deu uma respirada longa e destrancou as portas. Havia várias crianças na frente da igreja, devia ser  dia de Crisma. Entramos e sentamos bem no fundo, ninguém havia desconfiado de nada. Começamos a rezar em silêncio e passamos um bom tempo lá. O padre curioso veio conversar com a gente. Falamos de várias coisas, mas em nenhum momento pensei em falar do assalto.
Na saída da igreja, entramos dentro do carro, e seguimos em frente. Andamos uns 30 minutos até ele parar o carro. Quando virei a cara para o espelho li numa placa "Delegacia de Polícia" virei para Roberto e falei: Você não precisa se entregar, pois não estou com ódio pelo que fez e vi que você é um homem de bem e só esta com alguns problemas. O ladrão falou:
-  Não, tenho que fazer a coisa certa para todos.
Roberto saiu do carro e se dirigiu a entrada da delegacia ai troquei de banco e me dirigi para casa. Abri a porta de casa já muito cansado do dia que passei. Me sentei na mesa e vi o jornal aberto, curioso vi a seguinte reportagem "Crime está crescendo na rua Doutor Valadares", olhei para cima e pensei.... Talvez fiz meu dever de cidadão.

Autor:
Eduardo Schallenberger
7ª série

Um comentário:

  1. olha me empresionei com meu colega..
    parabens edo muito tri o texto fiquei de queixo caido..
    adoro ele parabens edo..

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